Em entrevista exclusiva ao GE, o atacante alvinegro revela superação de altos e baixos, o sonho de ser campeão com a camisa 7 e a expectativa para a Copa do Mundo de Clubes.
Desde a conquista da Conmebol Libertadores de 2024, a Copa do Mundo de Clubes se tornou um sonho constante para a torcida e para o Botafogo. Agora, nos Estados Unidos, a delegação alvinegra faz a contagem regressiva para a estreia no torneio inédito, marcada para este domingo, às 23h (horário de Brasília), contra o Seattle Sounders. Chegando a Santa Bárbara, Califórnia, como um dos nomes importantes para o ataque, o camisa 7 Artur abriu o jogo sobre seu momento no clube.
No entanto, o caminho até aqui não foi linear. Foram 13 jogos até o primeiro gol de Artur pelo Botafogo, marcado contra o Capital-DF, pela Copa do Brasil. Hoje, o atacante soma quatro gols e quatro assistências. Em conversa com o GE, Artur detalhou a pressão autoimposta no início de sua trajetória no Glorioso e a inevitável comparação com seu antecessor na camisa 7, Luiz Henrique.
“Acho que a camisa 7 do Botafogo é muito pesada. Eu na Rússia assistia muito ao Botafogo e ver o Luiz Henrique brilhar aqui foi incrível”, confessou Artur. Ele admitiu que, apesar de tentar resistir, o subconsciente o puxava para a necessidade de igualar o desempenho do ex-camisa 7. “Realmente percebi que eu não sou o Luiz Henrique. Sou outra pessoa, CPF diferente, RG diferente. Quando entendi, fui me soltando mais”, afirmou o jogador.
Artur enfatizou a importância de não se comparar e de focar no próprio trabalho, destacando o papel fundamental da terapia, do treinador Renato Paiva e do psicólogo do clube, José Aníbal Marques, para que ele pudesse se soltar e construir sua própria história com a Gloriosa camisa 7.
O Botafogo integra o Grupo B da Copa de Clubes, ao lado de Seattle Sounders (EUA), Atlético de Madrid (Espanha) e o atual campeão da Liga dos Campeões, Paris Saint-Germain (França). A estreia contra o Seattle Sounders será no Lumen Field, um estádio com campo sintético, o que, segundo Artur, pode favorecer o estilo de jogo alvinegro. “Eu gosto muito de jogar no sintético, o jogo fica bem mais dinâmico, e acho isso muito favorável para o futebol”, analisou.
Concentrado no Mundial, Artur ressalta que o foco é “seriedade” e que “cada jogo é uma final”. Ele sonha em chegar o mais longe possível na competição e, acima de tudo, ser campeão com a camisa do Botafogo. “Projeto demais isso, nosso time está numa crescente maravilhosa. Não só eu, mas a minha equipe. Se Deus quiser, vai dar tudo certo”, projetou.
A decisão de voltar ao Brasil e se juntar ao Botafogo foi impulsionada pela busca por “voltar a ter aquele prazer de jogar futebol” e ser campeão, após uma experiência desafiadora no Zenit. Artur também relembrou o alívio após seu primeiro gol, que marcou o fim de uma fase de grande estresse e a retomada da confiança.
O atacante destacou ainda o suporte do técnico Renato Paiva, a quem se refere como um “paizão”, e do psicólogo José Aníbal Marques, que foram essenciais para sua adaptação e para que ele tirasse a “mochila das costas” da pressão. Com o corpo e a mente alinhados à rotina intensa do futebol brasileiro, Artur se sente mais à vontade para explorar diferentes posições em campo, sempre com a mente aberta para aprender e se desenvolver, mantendo a identidade de compactação e intensidade que o treinador cobra da equipe.